sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Capítulo 18: Desafio para os Soldados Delta

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Disclaimer: “Other World” é uma web-série independente, cuja a autoria pertence à Lilian Kate Mazaki, publicado originalmente no blog http://otherworld-serie.blogspot.com.br

Other World – Capítulo 18
Desafio para os Soldados Delta
por Lilian Kate Mazaki – abril 2014


Era quinta-feira, quarto dia da quinta semana da execução do Plano de Treinamento dos Soldados Delta. No início daquela semana havia ocorrido a completa separação das rotinas dos recrutas dos que haviam ficado apenas com a parte teórica do projeto. Isso significava que apesar de terem mais horas de prática, os Soldados Delta também tinham um intervalo no início da tarde bem maior, extendido em duas horas.
Naquele dia Juliana, Thales e Leonardo estava tendo o verdadeiro privilégio da companhia de Mari durante todo o intervalo. A programadora vinha seguindo uma rotina puxada de trabalho para a OMM que havia tornado simples conversas quase inviáveis mesmo com a companheira de quarto:
― Oh Mari, estávamos com saudades de conversar com você. ― começou Leonardo. ― Bem que você podia nos contar o que anda fazendo para a OMM, não é mesmo?
― Bem que eu estava estranhando todo esse carinho vindo de você, Léo. ― respondeu a hacker. ― Aliás, eu não tenho nada demais para falar. Chamados e manutenção da estrutura de segurança do portal. Só isso.
― Mas como uma pirralha de treze anos está fazendo essas coisas complexas e tão importantes para a Organização de Exploração do Outro Mundo?! Como?!
― Léo, até eu já cansei dessa insistência. ― comentou Thales. ― Deixa a Mari na dela, cara. O importante é que ela é nossa amiga.
― Conversa. ― bufou o moreno.
― Julie, você está usando a rede é? Estou vendo que está se acostumando a isso, não é? ― disse Mari, observando o pedaço retangular e liso de plástico transparente que Juliana segurava. Havia um site de notícias projetado ali.
― Um pouco. Só para pesquisar algumas coisas. ― disse a ruiva, sem se extender.
― Puxa, Mari. Ontem nós fizemos uma manobra complexa lá fora. Foi incrível! ― disse Thales. ― Até precisamos usar as pistolas!
― E a Juliana conseguiu se sair melhor que quase todo mundo, como sempre. ― completou Leonardo, entre o mau humor e a admiração. ― Atirar não deveria ter haver com a interação dos nanorobôs com o traje! Como ela conseguiu?!
― A nossa amiga-pedra parece ter nascido para essas coisas, não é mesmo? ― riu-se Mari, mas percebeu que a ruiva não chegou a se constranger com os comentários.
― Ainda temos uma hora de intervalo! Acho que vou comer alguns doces. ― disse Thales, parecendo ansioso.
― Não é assim que vai deixar de ser um palito, moleque. ― provocou Leonardo.
― Tsc, não enche!
Antes que Thales se levantasse da mesa onde estavam para ir ao quiósque comprar chocolates uma pessoa se aproximou pelo seu lado direito e apoiou as mãos na mesa, entre ele e Mari:
― E aí! ― cumprimentou o rapaz sorridente e energético de cabelos castanhos e rosto comprido.
― Tiago. ― cumprimentou de volta Mari, sem a mesma felicidade do outro.
― Tudo bacana com vocês? Thales, Leonardo, Juliana? ― cumprimentou o rapaz. Thales respondeu com simpatia, Leonardo sem emoção e Juliana apenas o encarou com estranheza.
― O que quer de mim dessa vez, garoto? ― perguntou Mari.
― Puxa vida, você me acha um interesseiro é, Mari?! ― exclamou Tiago, com ar ofendido. ― Nossa, eu sei que somos parceiros em uns projetos, mas eu também posso querer só falar com você!
― Oh, é mesmo? ― desacreditou a loira.
― Bom, na verdade eu tenho uma ideia aí. Ei, vou falar pra vocês quatro e cês vão concordar comigo que é show!
― Lá vem. ― murmurou Leonardo.
Thales ficou dividido entre escutar e ir pegar os doces, porém Tiago não se deteve e começou a explanar de maneira expansiva sua grande ideia. Logo os quatro na mesa ficaram encarando o rapaz com estupor visível:
― Você ficou maluco, cara? ― questionou Leonardo, quando Tiago se calou.
― Uma competição? Tipo um torneio de luta, como os dos filmes?! ― esganiçou-se Thales, que pareceu ficar fascinado com a perspectiva.
― Você só pode tá de brincadeira, cara. Esse treinamento não é um jogo de videogame. Não pode pensar em colocar Soldados Delta em brigas. ― acrescentou Leonardo, ficando a cada palavra mais irritado.
― Não é briga! É disputa! Uma simples competição para ver quem tem mais habilidade diante de um desafio! ― retorquiu Barbosa, que ainda mantinha seu sorriso de excitação.
― Você disse que seria como um sumô dos Delta. Isso parece bizarro falando, mas o quer quer dizer é que o objetivo vai ser só tirar o outro da arena de combate, é isso? ― perguntou Thales, já completamente interessado.
― Isso! Impulso, equilíbrio, elasticidade e precisão! São esses atributos, junto com uma inteligência de superar a estratégia do adversário que serão o foco dessa competição! ― Tiago falava como um verdadeiro fanático a esta altura. ― Essa é a única maneira de sabermos, na prática, quem realmente é que sabe usar o Sistema Delta para sobreviver e vencer os imprevistos que nos esperam lá fora!
O silêncio se fez diante o discurso do rapaz. Os quatro amigos pareciam incapazes de falar até que Mari se manifestou pela primeira vez sobre aquela conversa toda:
― Mas o que você quer de mim, Tiago? ― pergunou a programadora.
― Mari, você tem contato com toda a direção da OMM! Pode mesmo falar com os instrutores fora de treinamento! Eu preciso que os convença!
― Eu os convença?! Você tem uma ideia absurda e quer que eu convença aqueles velhos a aceitá-la?! Porque não fala você com seu papai-chefão para isso?!
― Mas eu já falei com ele, Mari.
― . . . Já? ― o choque era genuíno na expressão da loira.
― Sim. Ele me disse que você daria conta disso.
Mari se ajeitou e ficou fintando os navegadores que havia aberto na superfície da mesa. Duas abas visíveis eram de fóruns de anarquistas e hackers.
― O Gustavo Barbosa conhece a Mari? ― questionou Leonardo, abismado.
― Cara, eu sou o oitavo no Ranking Geral. Isso vai ser demais! Os oito melhores disputando pra ver quem manda mesmo na parada! ― exclamou Thales.
― Eu podia passar sem isso. ― comentou Juliana, voltando-se para a sua navegação.
― É por essas coisas que as pessoas tem medo de você, Lake. ― disse Tiago.
― Medo. . . ? ― repetiu a ruiva.
Mari ergueu o rosto das páginas e encarou o rapaz em pé ao seu lado:
― Você tem umas ideias malvadas, Tiago. Depois desses meses eu acho que vou te apresentar pros meus amigos virtuais.
― Yes! Valeu, Mari! ― exclamou Tiago, extendendo a mão para que a loira batesse de volta, em cumprimento. ― Formamos uma boa dupla, não é mesmo?
― Tsc.










O clima não poderia ser mais desconfortável na sala dos instrutores do Plano de Treinamento dos Soldados Delta.
Era horário de almoço e os instrutores tanto da parte teórica como prática do treinando tinham o costume de se reunir na sala deles para ter as refeições juntos, enquanto trocavam impressões do desempenho sobre os duzentos e cinquenta jovens que estavam cada vez mais habilitados para a sobrevivência daquela ambiente hostil do Outro Mundo. Mesmo os professores que só tinham conhecimentos técnicos conversavam entusiasmados sobre os feitos que os prodígios da humanidade apresentavam diariamente.
Porém naquele começo de tarde a rotina dos debates do grupo havia sido interrompida por um bater na porta inesperado. Uma figura conhecida por todos e preliminarmente detestada pela maioria adetrou no recinto e sem muito se demorar conseguiu obter a atenção de todos:
― Competição? Entre os Soldados? ― repetiu Basil, sendo o primeiro a se manifestar diante daquela proposta.
― Você está maluca, Mari Ritcher! ― exclamou Dolores Docs, erguendo-se da sua cadeira à comprida mesa que se extendia por pelo centro da sala.
― Você tem muita coragem em vir nesta parte reservada da Base só para falar uma asneira dessas, garota. ― disse ríspido, Nigel.
― É óbvio para nós que você é alguém sem o menor respeito pelo trabalho da OMM, Ritcher, mas você deveria saber seu lugar. ― continuou Docs.
― Ninguém sabe qual o motivo da sua presença nessa instituição, mas você não deveria sair por aí se achando desse jeito, menina. ― reinterou Nigel.
― Fala alguma coisa, Nadia! ― exclamou Basil. ― Essa garota está brincando com todo o nosso trabalho. Principalmente, com todo o SEU trabalho, propondo que façamos uma rinha de adolescentes nessa base!
― Eu nunca disse a palavra “rinha”, instrutor. ― corrigiu Mari. Apesar de toda a agressividade do pequeno grupo à sua frente, a expressão e postura da hacker permanecia intocável. Na verdade seu olhar despreocupado soava arrogante em demasia diante dos olhos dos adultos.
Menos para Nadia Rock.
A mulher responsável diretamente pelo treinamento dos Soldados Delta havia assistido a explosão de fúria dos colegas em silêncio, sem nem tirar os olhos do almoço que ainda estava terminando àquela altura. Foi somente quando Basil chamou por ela que esta teve algum movimento. Sem pressa, Nadia largou os talheres e encarou a jovem loira que estava postada próxima a entrada:
― Essa idéia foi sua, Ritcher?
― Possivelmente.
― E você acha que Gustavo Barbosa iria permitir algo assim? ― questionou a instrutora.
― Com o Barbosinha eu sei me virar, instrutora Rock.
― E como são os moldes dessa competição, Mari? ― perguntou Nadia, surpreendendo os outros por dirigir-se à adolescente pelo primeiro nome.
― Eu não acredito que você está dando ouvidos para a babaquice que essa garota está propondo, Nadia! ― indignou-se Nigel.
― Nadia! Você não pode estar pensando nisto! ― disse Basil.
― Calem a boca. ― disse Nadia com força, surpreendendo os colegas. Estes pareceram realmente perder a voz diante dessa grosseiria. ― Mari?
― Uma disputa dentro de uma arena circular. O objetivo é apenas tirar o outro competidor para fora.
― Pelo amor de Deus, nós não temos tempo para uma brincadeira dessas! Estamos gastando milhões por dia e vocês estão pensando num jogo de sumô usando as roupas mais caras da História! ― argumentou Steel.
― Você quer que todos os Soldados sejam colocados nessa disputa? ― perguntou Nadia, dirigindo-se a Mari como se não houvesse mais ninguém na sala.
― Não. Apenas os oito melhores do ranking geral. Seria muito fácil os outros cometerem uma bobagem que poderia causar um vexame mundial. ― respondeu a programadora, que fazia força com o rosto para não deixar seu sorriso vitorioso transparecer.
― Mas qual o sentido de fazer algo assim?! Nadia, eu não entendo. ― disse Basil.
― Não entende mesmo. ― concordou Nadia, colocando-se em pé. ― Nem você nem vocês todos! Nós temos jovens nas mãos, adolescentes querendo colocar-se a prova e realizar feitos que só eles seriam capazes! Se nós queremos soldados que consigam tirar o máximo do Sistema Delta, que sejam apaixonados pelo que vai se tornar suas obrigações daqui a alguns anos, nós temos que deixá-los loucos para dar o melhor de si.
O silêncio foi absoluto diante do discurso da instrutora. Nenhum dos outros parecia capaz de retrucar, mas também não pareciam querer expressar nenhuma concordância:
― Vocês são uns bostas mesmo. Isso vai ser genial.


Capítulo 17: Do outro lado


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Disclaimer: “Other World” é uma web-série independente, cuja a autoria pertence à Lilian Kate Mazaki, publicado originalmente no blog http://otherworld-serie.blogspot.com.br

Other World – Capítulo 17
Do Outro Lado
por Lilian Kate Mazaki – abril 2014


Milene caminhava sem muita pressa rumo as aulas daquela manhã. Como o de costume sua presença pelos corredores do bloco B da base humana no Outro Mundo não passava desapercebida. Por maldade ou mesmo pura inocência, a verdade era que a maioria dos seus colegas de estudo não conseguia ignorar a figura esbelta de Milene, com passadas leves, porém ágeis, e longos cabelos ondulando às costas.
Naquela manhã de quinta-feira em particular a única coisa incomum em sua passagem até o salão de instrução era a ausência da figura que sempre a acompanhava para todos os lados que seguisse: João. O rapaz havia esquecido o remédio para inflamação que estava tomando a alguns dias, por isso haviam se separado após o café da manhã. Milene não sabia dizer que o silêncio maior aos seus ouvidos a agradava ou não.
Ela e João eram amigos desde os dez anos de idade, quando haviam estudado na mesma sala, em uma escola de alto nível da cidade. João era aluno transferido e tinha dificuldades de conversar com pessoas novas e Milene sempre fora o tipo de pessoa que se sentia incomodada ao ver alguém parecendo triste a um canto.
Os dois se tornaram bons amigos, conversando sobre desenhos, livros e coisas do cotidiano. Milene conhecera mais sobre os jogos mais populares e acabara mostrando quase uma centena de bandas que ela mesma ia pegando o gosto de escutar, isso já lá pelos doze anos de idade. Graças ao jeito extrovetido da garota ela logo fez amizade com Sara Silveira, que chegou também como uma transferida de turma deslocada, assim aumentando o círculo de amizade tanto dela quanto do seu velho parceiro. Porém os dois ainda continuaram sendo próximos, indo para casa juntos ou parando em livrarias para procurar alguma novidade em quadrinhos ou música.
Era óbvio para Milene a bastante tempo já, talvez desde os quartorze, a queda romântica que seu amigo tinha por ela. As atitudes que no começo soavam apenas como coleguismo logo ficaram evidentes como uma paixonite. Ainda assim a jovem não tinha a menor intenção, pelo menos naquele momento, de esclarecer as coisas com João. Ela gostava da companhia do rapaz, não gostaria de vê-lo magoado por ela não sentir-se interessada em namoro. Além disso, quem sabe daqui a uns anos essa vontade não mudasse?
― Oi, Milene! ― chamou Sara, quando esta adentrou na sala ampla e recheada de cadeiras onde passariam as próximas horas. Esta se aproximou e sentou-se ao lado da amiga.
― Então lá vamos nós para mais uma sessão de tortura com aquela professora esquisitona, não é mesmo? ― comentou Milene.
― Ai, não precisava ter me lembrado disso, Mi. ― lamentou-se Sara. ― O que estamos estudando mesmo?
― Logística, é claro. ― respondeu Milene, parecendo estranhar o esquecimento de algo tão recente da outra. Um sorriso malicioso se formou nos seus lábios. ― Ora, será que a presença do Matheus no café da manhã é tão forte assim para você esquecer da matéria?
― Milene! ― exclamou Sara, alarmada, ficando com as bochechas vermelhas e olhando para todos os lados. ― Eu te mato se alguém te escutar falando essas coisas!
― Desculpa, Sara. ― disse Milene, dando risadas altas. ― Você fica tão engraçada quando falo desse seu amor que eu não resisto!
― E você, porque não está andando com seu namorado hoje? Brigaram? ― questionou Sara.
― O João não é meu namorado! Droga, você não sabe levar uma brincadeira na esportiva, menina!
As duas amigas continuaram trocando provocações até que a pequena Carla Steins se aproximou e sentou na cadeira logo atrás de Milene:
― Oi meninas.
― Carlinha, tudo bem?
― Sim, sim. Só estava me lembrando daquela coisa horrenda.
― Coisa horrenda? ― perguntou Milene, sem entender.
― Ah, você está falando daquela roupa, não é mesmo?
― Eu não consigo aceitar aquele uniforme cinza feioso, não consigo!
― Ah, você está falando do traje que as equipes técnicas da OMM usam, não é mesmo? ― disse a mais alta do grupo, enfim compreendo a que as outras se referiam. ― Bom, ele não me parece tão ruim assim.
― Como não, Mi?! Aquele cinza apagado, aquele monte de rugas por todos os lados! ― indignou-se Carla.
― Ora, Carlinha, os trajes são para sobreviver na atmosfera lá fora, não para um desfile de moda. ― ponderou Milene.
― Isso mesmo. ― concordou Sara. ― Eles são meio esquisitões, bem mais folgados do que o dos soldados, mas o objetivo dele é ser confotável e seguro para passarmos vários períodos do lado de fora.
― Isso. Eles não podem ficar gastando tanto para os trajes dagente. O dos Soldados Delta deve ser uma fortuma mais caro, por causa do tecido inteligente e autoajustável.
― Pensa pelo lado bom: os trajes dos soldados deixam bem mais evidentes as gordurinhas.
― Como é?! ― riu-se Milene, tapando parcialmente a boca para o som da sua risada não ficar muito alto. ― Vocês realmente se preocupam com a aparência aqui no Outro Mundo?!
― Eu só estava tentando consular a menina, Mi. Você é muito chata às vezes.
― Oi garotas. ― cumprimentou João. Chegando até o grupo e se sentando na cadeira do lado esquerdo de Milene. ― Parece que já começaram o dia animadas.
― Só comentando sobre o traje de novo. ― esclareceu Milene.
― Ah, eu não faço questão nenhuma de usar aquele traje ou ir lá fora. ― disse o rapaz, enfático. ― Deixa esse negócio de explorar com os Soldados que é melhor.
A essa altura praticamente todas as cadeiras estavam preenchidas pelos estudantes da instrução teórica do Plano de Treinamento dos Soldados Delta. Como a quantidade havia sido ajustada ao total de alunos, qualquer ausência era notada fácil. Quando a baixa e encorpada instrutora Docs, responsável pelas instruções sobre logística, adentrou só havia um local vazio:
― Parece que aquela garota, a Mari Ritcher não vai aparecer de novo. ― comentou Sara.
― Eu não entendo, ela mais não aparece do que outra coisa. ― disse Milene.
― Mas ela é funcionária da OMM, não é mesmo? Deve ter outras reponsabilidades. ― ponderou Sara.
― Funcionária? Uma garota de treze anos? ― questionou a garota mais alta do grupo, espantada.
― É o que todo mundo diz. ― disse João. ― Ela anda com o jaleco da engenharia da OMM pra cima e pra baixo e também vem e vai daqui pra Terra. Só não consigo entender o que uma pirralha pode fazer na área de engenharia.
― O Thiago tem conversado várias vezes com ela. ― disse Sara. ― Parecem ser amigos.
― Eu já ouvi alguém dizendo que ela quem fez o site do ranking dos Delta. ― comentou Carla, tentando parecer desinformada. A verdade é que o próprio Thiago havia deixado escapar essa informação quando mostrara a ferramenta.
― Bobagem. ― retrucou João. ― Como se uma garota fosse ser capaz de hackear o sistema de uma organização poderosa e séria.
― Não sabia que você era machista, João.
― Ein?! Não me entenda mal, Milene!